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Terça-feira, 31 DE Janeiro DE 2012

Versos para Patrícia

de Mia Couto
1. Ilha

 

Tenho a sede das ilhas

e esquece-me ser terra

 

Meu amor, aconchega-me

meu amor, mareja-me

 

Depois, não

me ensines a estrada.

 

A intenção da água é o mar

a intenção de mim és tu.

 

2. Véspera

 

Há um perfume

que trabalha em mim

e me acende,

antigo,

sobre a poeira

 

Há um rosto

que regresa à fonte

água readormecendo

 

E só hoje reparo

o labor das nuvens

corais solares

arquitectando o céu

 

Pássaros brancos

vão pousando

na varanda dos teus olhos

 

Só hoje enfrento o sol

fogo imóvel,

labareda de água

 

Andemos, meu amor,

de coração descalço sobre o sol

publicado por Rojo às 03:04
Segunda-feira, 30 DE Janeiro DE 2012

Primavera Árabe

Sou muçulmano,

Sou um ser humano,

Estou mais pr'Allah,

Do que para cá.

publicado por Rojo às 12:47
Sexta-feira, 27 DE Janeiro DE 2012

Now seriously

There's only one way for

a relationship to not make you cry:

that is to make you laugh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

publicado por Rojo às 23:54
Sexta-feira, 27 DE Janeiro DE 2012

The day after

Men can't do two things at the same time

Thats why you shouldn't have sex with the

one you love.

You should make love to her, hence doing

one thing at the time.

 

Loving.

 

We can do a lot of things, just one at a time,

step by step.

That smoke created a sahara desert in my

mouth, last night.

I need to have more discipline and self awarness.

There is only so much smoke and drinks you can have.

 

Chill /////////////////////

 

My heart is like the most precious thing I got.

I can dance, I can feel the beat, I can go crazy.

I can get in touch with girls.

But I gotta chill, it's like "rome wasn't built in a day".

publicado por Rojo às 14:28
Terça-feira, 17 DE Janeiro DE 2012

O fim do poema

Todo o fim tem fim

A porta fica aberta

E se por desleixo

Ficar fechada

Da próxima vez

Terei que arrombá-la

 

Tudo recomeça...

publicado por Rojo às 12:36
Quarta-feira, 11 DE Janeiro DE 2012

Anti-capitalismo

O que é o Capitalismo? O que é o Estado? O que é o Capitalismo de Estado?

 

1 - Capitalismo é um regime governado pelo Capital. O que é o Capital? Capital é a posse de Meios de Produção, vulgaramente conhecidos como "empresas", por parte de proprietários privados. É um regime movido pelo lucro, como sabem. Neste regime, refiro-me ao caso de Portugal e portanto à variante "democracia burguesa" ou liberal, o poder é exercido directamente na economia e relações sociais pelo Capital nas empresas e indirectamente na política de Estado através dos partidos do Capital. O anti-capitalismo num sentido amplo procura estabelecer uma sociedade igualitária, uma sociedade sem classes.

 

2 - O Estado é acima de tudo, na sua essência, um "corpo de homens armados" - citando pensadores marxistas. O Estado tem um papel chave no Capitalismo como teve e tem um papel chave em regimes ditatoriais anteriores: feudalismos, colonialismos, impérios. Mas na minha opinião o Estado é também a resposta expontânea à virtual ausência de paz no mundo, ou seja, de armistício, relações pacíficas, fraternas e solidárias entre diferentes povos/nações. A questão do Estado coloca-se em primeira instância na questão chave do Exército para a sobrevivência de qualquer povo alvo de ameaças externas.

 

E na minha opinião a diferença entre Milícias Populares, Exército Irregular e um Exército Regular são téunes e tendencialmente efémeras num contexto de confronto militar, seja guerra civil ou de resistência a uma invasão externa. O Exército Negro Ucraniano de Nestor Makhno não teve outra solução senão adoptar medidas coercivas contrárias à "retórica libertária" contra qualquer autoridade e hierarquia, como a conscrição, a afectação de recursos em prol do esforço de guerra, a inevitável existência de comandantes mesmo que elegíveis e revogáveis...

 

Todas as grandes Revoluções dentro do "espectro de ideias" anticapitalistas (anarquistas, marxistas e outras) foram imediatamente confrontadas com situações de  confronto militar, seja guerra civil ou de resistência a uma invasão externa. A Revolução Soviética de 1917 foi imeditamente confrontada com a contrarevolução do Exército czarista apoiado com homens e armas de todas as as grandes potências capitalistas e feudais daquele tempo. No "espectro de ideias" anticapitalistas a necessidade de desfazer o Estado é cosensual, mas o seu papel numa fase de transição é motivo de divergências. Pessoalmente agrada-me a ideia de equilíbrio de poderes entre Estado e Conselhos Populares (Assembleias, Sovietes) numa transição para a sociedade sem classes.

 

3 - Capitalismo de Estado. Concordo que a República Popular da China é hoje um Estado capitalista e que a designação de Capitalismo de Estado para casos como este, de reintrodução do Capitalismo em regimes socialistas marxistas pode ser uma análise correcta. Mas tenho sérias reservas quanto a um uso generalizado com frequência abusivo da expressão "Capitalismo de Estado". O Socialismo marxista não representa a meu ver nenhum "Capitalismo de Estado" dado que não concordo que possa existir qualquer forma de Capitalismo sem qualquer forma de Capital - leia-se Meios de Produção nas mãos de proprietários privados.

publicado por Rojo às 11:36
Terça-feira, 03 DE Janeiro DE 2012

Tendências políticas contemporâneas

1 - Fracasso da velha tríade EUA-UE-Japão

 

A economia japonesa está em declínio acelerado desde 1990 e demonstra total incapacidade competir com a China para quem perde terreno enquanto potência económica, ano após ano. A zona Euro, principal pilar geopolítico da União europeia está à beira do desmembramento e colapso sob o peso de uma crise de dívida com uma gestão catastrófica. Os EUA e a sua máquina de imprimir dinheiro, a Federal Reserve, estão a esconder de forma eficaz a verdadeira situação financeira do país, postergando o calamitoso confronto com a realidade. Na frente externa os EUA vêem a sua dominância económica derreter perante o "aquecimento" da economia global guiado, doravante, inequivocamente pelos BRIC. A única frente em que os EUA ainda detêm alguma dominância é a militar-imperialista mas os fracassos das suas guerras e a perda de aliados chave (Egipto, Tunísia, Turquia, Yemen, Paquistão...) prossegue o seu caminho inexorável.

 

2 - Os BRIC tomando controlo da economia mundial

 

A China ultrapassou à cerca de um ano o Japão tomando o posto de segunda maior economia do mundo. O Brasil acaba de tomar o sexto lugar, ultrapassando o Reino Unido. A Rússia e a Índia mostram grandes taxas de crescimento enquanto que o eixo franco-alemão derrapa com a crise do Euro. Em todos os BRIC, os partidos comunistas assumem um grande protagonismo, a sua natureza marxista-leninista modificou-se e está em metamorfose. O Partido Comunista Chinês continua a dominar a mais poderosa potência emergente, mas o maoísmo deu lugar a um nacionalismo burguês. Contrariamente às declarações da burocracia chinesa a construção da China moderna não é a de um socialismo "de características chinesas", mas precisamente o contrário "um capitalismo de características chinesas". No Brasil um partido comunista que teve origem no maoísmo transformou-se num partido nacionalista de esquerda e é agora promovido a principal aliado dos nacionalistas burgueses do PT lulista. Na Rússia o PCFR é na verdade e na prática um partido nacionalista de esquerda por oposição ao nacionalismo burguês de Vladimir Putin. Na Índia o Partido Comunista da Índia (Marxista) lidera uma frente de esquerda que se notabiliza pela conjugação do marxismo com o nacionalismo de esquerda. Ultimamente os comunistas indianos têm sido penalizados pelas alianças com nacionalistas burgueses. Em todos os BRIC existem milhões que se afirmam simpatizantes (1/5 dos eleitores russos) e militantes comunistas (1 milhão de membros do PCIM), por vezes no poder nacional, regional ou local, ou por vezes na oposição a regimes vacilantes do nacionalismo burguês. Entre confrontos e alianças o nacionalismo burguês e o nacionalismo de esquerda parecem estar condenados à cooperação perante a velha tríade imperialista. Pelo menos, até ver...

 

3 - A guerra pelo petróleo na MONA (Médio Oriente e Norte de África)

 

A reposta popular às guerras de rapina imperial na MONA está a traduzir-se pela eleição de governos islâmicos. Na Tunísia e no Egipto constituem-se governos islâmicos do Partido do Renascimento (Tunísia) e do Partido da Justiça e Liberdade (Egipto), ambos com origem na Irmandade Muçulmana. No Líbano o governo é agora liderado pelo Hezbollah. Na Líbia o governo fantoche da NATO tem que partilhar o poder com forças militares do Grupo Combatente Islâmico Líbio (com origem na Irmandade Muçulmana). E nos actuais confrontos na Síria a Irmandade Muçulmana destaca-se como a força dominante nos opositores armados de Al-Assad. No Iémen, forças armadas xiitas no norte colaboram com um Partido Islâmico do Sul e o Movimento do Sul socialista no cerco ao regime de Saleh. No Barhain são forças xiitas próximas de Teerão que combatem o regime fantoche pro-Saudita. No Iraque o governo dominado pelos xiitas é já considerado sob a influência iraniana. E no Irão mantém se pedra e cal o regime revolucionário islâmico xiita. Em Marrocos crescem as forças islâmicas em torno do Partido da Justiça e Desenvolvimento. Na Turquia o partido islâmico AKP é uma referência no mundo islâmico e tem se distanciado do eixo EUA-Israel apesar de continuar a ser um membro da NATO. No Paquistão o governo nacionalista burguês e as suas forças armadas dominadas pelo islamismo romperam a aliança com os EUA-NATO enquanto no vizinho Afeganistão os islamitas Taliban ganham combates de importância estratégica.

 

5 - América Latina em retrocesso reaccionário

 

As guerrilhas revolucionárias da Colômbia travam duros combates só para não serem exterminadas. O governo da Venezuela traiu os movimentos revolucionários continentais. A aliança ALBA transformou-se numa mera ficção, com o golpe fascista em Honduras e o processo de capitulação venezuelana com a Colômbia. Cuba namorisca a "via chinesa" de nacionalismo burguês. Os governos de esquerda latino-americanos seguindo o mau exemplo da Venezuela transformam-se em meros nacionalistas burgueses e por vezes não chegam a ser sequer social-democratas. Das promessas de Socialismo de características "latino-americanas" e novo/original retrocede-se para um reformismo de direita tendente ao regresso do neoliberalismo. No Equador a guinada de Rafael Correa já é visível na sua coligação governativa e embates com movimentos sociais e de classe. Na Bolívia Evo ainda vive um estado de graça com ocasionais escaramuças com os movimentos sociais e de classe. Na Nicarágua e em El Salvador as antigas guerrilhas revolucionárias agora no poder estão manietadas pelas duas faces da capitulação entreguista: reformismo e corrupção.

 

6 - Crise do Euro

 

A Grécia e a Irlanda já admitem oficialmente a possibilidade de sair do Euro. A fortaleza económica europeia treme à beira do precipício.

publicado por Rojo às 21:15

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